O fascínio do fogo figura,
na mente, uma fissura,
rebentando o pensamento,
elástico partindo, por presão
ou temperatura,
à um ponto de não retorno
Há um ponto de não retorno,
eu sei que o fogo te leva lá,
onde o pensamento se confunde
com visão e tato
de quentura descalorada.
O crepitar já é a sua fala.
A fumaça já é o seu cheiro.
E o seu gosto é só mais um fim.
Só, tenho medo do fogo,
de quem sou em sua companhia,
companhia, como a morte do ying e yang
colapsados num só tom de cinza,
cinza disforme, radical sem centro,
deslocado, deslocando-se num espaço
sem forma: fogo!
Mas minha mente metamórfica
vascila sob a ameaça da cinza,
e se contenta em admiriar
o que é o fogo,a madeira
e as ditintas labaredas
que recobrem o céu.